LocalJor entrevista 604 moradores de Florianópolis para entender o consumo de notícias
A equipe de pesquisadores do LocalJor (Laboratório de práticas para o jornalismo local a serviço dos públicos) finalizou coleta de dados da pesquisa de campo no mês de junho. Ao todo, foram entrevistados 604 moradores da cidade de Florianópolis (SC) ao longo de dois meses. O objetivo foi compreender os hábitos de consumo, o interesse por temas da cobertura jornalística, as razões para consumir notícias, para desistir delas, entre diversas outras questões sobre a relação entre a população da cidade e o jornalismo local.
A amostra tem as mesmas características da população total de Florianópolis no que diz respeito à faixa etária, gênero, raça/cor, escolaridade, renda e distribuição territorial na cidade, com margem de erro de até 5%. O questionário foi aplicado nas ruas da cidade, em terminais de ônibus, pontos de comércio e residências, por uma equipe de oito pesquisadores. Além dos participantes do projeto, também participaram estudantes voluntários e profissionais contratados.
A equipe foi coordenada por Denis Berté Sálvia, que é consultor em análises de dados e pesquisador sobre estudos com abordagens quantitativas. Para Sálvia, esse tipo de pesquisa envolve três desafios principais: o custo; o desenho da pesquisa; e a aplicação de todos os passos do método. O recurso aprovado para o projeto através da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) garantiu que a execução fosse possível. O planejamento prévio do projeto possibilitou o foco na etapa metodológica do questionário. “Fizemos pré-testes com a própria equipe e testes piloto em campo, para então chegar na versão final do questionário”, e além disso “a equipe precisou ser treinada para executar o campo, que tem prazo e modos específicos de se realizar”, acrescenta Sálvia.
Além da relevância dos dados, o questionário também foi uma experiência pedagógica para os estudantes de graduação. Para Lara Apolinário, voluntária da pesquisa, “a pesquisa prática, em campo, foi um diferencial que contribuiu muito para minha experiência pessoal e acadêmica”. A graduanda em Jornalismo na UFSC já participou de outros projetos de pesquisa, mas ainda não tinha participado da aplicação de um questionário fora do meio digital. Para ela, um dos maiores aprendizados foi “entender como abordar as pessoas, como identificar perfis, como lidar com respostas divergentes e comportamentos divergentes”, complementa.
As primeiras análises dos dados do survey estão condensados em relatório e disponíveis para consulta aqui.